quarta-feira, 31 de março de 2010

'O Lago é nosso!' Imagens inéditas da Lagoa azul do Complexo do Alemão - Serra da Misericórdia, RJ




Este vídeo é resultado do evento "O Lago é Nosso!", ocorrido em 21 de março de 2010, na Serra da Misericórdia - Complexo do Alemão,  promovido pelo Comitê de Desnvolvimento Local da Serra da Misericórdia e as ONGS Verdejar, Raízes em Movimento e Éfeta reivindicando pelo Parque Ecológico na ultima área verde da Leopoldina carioca. 

segunda-feira, 22 de março de 2010

Serra da Misericórdia exige parque ecológico



Moradores do Alemão reivindicam diálogo com governo 
     O evento “O Lago é Nosso!” realizado neste domingo às 11h (ontem) pelo Comitê de Desenvolvimento Local da Serra da Misericórdia, Éfeta, Raízes e Verdejar reiniciou uma série de reivindicações dos moradores do Complexo do Alemão, entorno e redes sociais locais para a construção do Parque Ecológico na Serra da Misericórdia.

     O foco do evento, além de chamar a atenção do poder público para a degradação ambiental da Serra da Misericórdia promovida por empresas que exploram a região há 17 anos, foi também de provocar abertura no diálogo entre O Governo e a Empresa Municipal de Obras Públicas (EMOP) quanto à participação popular na construção e gestão do Parque e de equipamentos públicos.

     O Parque Ecológico na Serra da Misericórdia é uma forma de reconhecer a importância da última área verde da Zona da Leopoldina e conseqüentemente cumprir com o que rege no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Além de constar na planta do PAC (vide site oficial do Governo Federal), o Parque Ecológico é indubitavelmente de extrema importância para o Complexo do Alemão e entorno, pois vai contribuir para melhoria da qualidade de vida da população.   

     Qualidade de vida que se expressa por propostas concretas para recuperação de áreas degradas, tratamento de resíduos sólidos tendo como parâmetro a promoção de trabalho e renda, recuperação de espaços públicos (praças e logradouros), implantação de uma Lona Cultural, de um centro poliesportivo, de uma universidade popular entre outras.
     Considerando que o desenvolvimento sustentável só pode ser alcançado com a mudança de uma política equivocada em relação ás questões ambientais o Comitê, as redes sociais e moradores exigem a apresentação do projeto urbanístico do Parque Ecológico, a política ambiental a ser implementada e a garantia de participação popular neste processo e em outros.  


Complexo do Alemão abraça o lago


     A idéia de dar um abraço simbólico no lago surgiu da necessidade de mobilizar os moradores do Complexo do Alemão e entorno para importância da construção do parque ecológico na Serra da Misericórdia, para a desativação da pedreira e, por conseguinte, preservar o que ainda resta do ecossistema e recuperar as áreas degradas, de modo a contribuir para o desenvolvimento sustentável.

     Vários artistas locais, convidados e moradores subiram a Serra para participar do evento. A mobilização levou cerca de 150 pessoas ao grande lago, entre elas: MC Playboy, Choro da Serra e Orquestra Voadora. Houve também coleta de lixo, plantio de mudas de árvores, poesia e muita diversão.

     Moradores apoiaram o evento e ficaram felizes com a iniciativa. No momento do abraço todos, com muita descontração, deram as mãos em torno do lago, fizeram “ola” e gritaram: “O LAGO É NOSSO!”. 

     De acordo com as instituições organizadoras do evento o Parque Ecológico é uma reivindicação antiga e que agora ganha força com movimentos sociais e moradores que querem a construção dele, tanto quanto a construção do plano de gestão participativa dos equipamentos públicos.  


Aguardando resposta do Governo

     As solicitações da construção do parque ecológico e promoção de novas práticas saudáveis para os moradores do Complexo do Alemão e adjacências não encontram melhor momento para a implementação.

     Todas as melhorias devem ter como prioridade o morador, sendo assim, requisitamos ao Governo atenção ao ofício de nº 1/2009 protocolado no dia 12 de novembro de 2009 junto à Secretaria Geral da Presidência do Brasil, a Presidência da Caixa Econômica, ao Governo do Estrado e Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro com cópia para os Ministérios público Estadual e Federal.

     Acreditamos que após o evento de hoje (ontem) o Governo vai nos ouvir e abrir um canal para o diálogo, não como meros legitimadores do processo (como vem acontecendo com as obras do PAC), mas como participantes legítimos dele. Isso implica dizer em envolvimento com e das diversidades e multiplicidades de atores sociais previsto pelo Projeto Técnico do Trabalho Social (PTTS), tomadas de decisão e diálogos permanentes com efetiva participação popular.

     O Comitê de Desenvolvimento Local da Serra da misericórdia, as redes sociais e moradores do Complexo do Alemão e adjacências aguardam o diálogo frente às reivindicações. 


     Ricardo Moura – Coordenador Geral do Movimento de Integração Social Éfeta e participante do CDLSM 

segunda-feira, 15 de março de 2010

Incêndio na Serra da Misericórdia assusta moradores e ambientalistas



     Em pouco menos de uma semana dois incêndios na Serra da Misericórdia no bairro do Engenho da Rainha Zona Norte do Rio de Janeiro assustam moradores e ambientalistas. De acordo com um morador, que não quis se identificar, o incêndio do dia 13 de março foi provocado por uma manifestação religiosa de origem africana comum no local. O grupo Socioambiental Verdejar que atua na Serra da Misericórdia desde 1997 chamou imediatamente os bombeiros que conseguiram conter o avanço do fogo.

     Os incêndios, segundo o coordenador de agroecologia do Verdejar Luis Carlos Marins (conhecido como Poeta) costumam acontecer principalmente pelos motivos: culto de origem africana que utilizam velas, culto de evangélicos que põem fogo na mata para abrir caminho para chegar ao monte e balões. “Infelizmente algumas pessoas ainda não têm consciência de preservação ambiental, daí o problema das queimadas”, enfatizou.

     Já  o coordenador executivo Edson Gomes não descarta a possibilidade de o incêndio ter sido causado por oportunistas, posto que o grupo Verdejar luta não somente pela preservação ambiental da Serra da Misericórdia, mas, também, por um desenvolvimento socioambiental sustentável e isso acaba por contrariar interesses de mineradoras e outras indústrias que exploram a região.

     Zolmir Figueiredo e Erik Vidal dizem que o Sistema Agro-florestal (SAF) plantado e implementado pelo Verdejar auxiliou a conter o fogo. “Na implantação do SAF são feitas capinas em aceiro no entorno do sistema justamente para protegê-lo contra as queimadas” explicaram.

     Comitê  de Desenvolvimento Local da Serra da Misericórdia junto aos ambientalistas do Verdejar discutem a necessidade de gestão do maciço da Serra da Misericórdia para tentar diminuir as degradações ambientais ocorridas pelos incêndios, exploração das mineradoras e os impactos ambientais oriundos dessa exploração. “É necessário um plano de gestão urgente para coibir ações de queimadas, degradação ambiental e desmatamentos da última área verde da Zona da Leopoldina”, advertiu Luiz Carlos. 

     Em novembro de 2000 foi criado o decreto de nº 19.144 que cria a Área de Proteção Ambiental e Recuperação Urbana – APARU da Serra da Misericórdia, área de aproximadamente 3.695 hectares. Isso é importante, pois a discussão do momento na imprensa tem sido em torno do “Piscinão do Alemão” (apelido de mau gosto dado ao grande Lago Azul) o que acaba por esconder a necessidade de abertura do debate com a sociedade civil para criação do Parque Ecológico.

     Mesmo após o decreto de proteção ambiental e de recuperação urbana dessas áreas a mineradora Lafarge explora brita na Serra da Misericórdia. “Há muito tempo lutamos pela desativação das pedreiras que exploram a Serra da Misericórdia. Elas poluem demasiadamente o ar das comunidades situadas no entorno da Serra causando graves problemas respiratórios, alergias onerando o setor de saúde pública, além de causar diversas rachaduras nas residências do entorno colocando a população em uma situação de risco durante as chuvas torrenciais” enfatiza Luiz Carlos.

     De acordo com o grupo Verdejar, as explorações alcançaram um lençol freático que deu origem a Lagoa Azul do Complexo do Alemão. Esta área já era usada pela população local como área de lazer, com o aparecimento do lago a pratica se intensificou, uma vez que há carência de equipamentos e áreas públicas voltados para recreação e preservação ambiental que proporcionem bem estar.

     Parque Ecológico está desenhado na arquitetura das obras do PAC e que por interesses escusos ainda não foi discutido com a sociedade civil um projeto urbanístico do referido Parque da Serra da Misericórdia acompanhado da política ambiental a ser implementada.

     No próximo dia 21 de março às 10h, um dia antes do dia mundial da água, haverá um abraço simbólico ao Lago Azul para chamar a atenção do poder público quanto a necessidade de criação do Parque Ecológico na Serra da Misericórdia. Estima-se que a mobilização vai levar mais de 500 pessoas ao local. “Este evento é uma tentativa de abrir um canal de diálogo com as instâncias de Governo e com a Empresa de Obras Públicas (EMOP) para a criação do tão sonhado Parque Ecológico na Serra da Misericórdia. A sociedade civil não pode ficar de fora desse diálogo. É algo de uma grandeza e importância incontestável não somente para Complexo do Alemão, mas também para toda Zona Norte da Cidade” decretou Edson Gomes. 


Ricardo Moura / Movimento de Integração Social Éfeta

sábado, 13 de março de 2010

Nota sobre Aula Inaugural do Pré-vestibular Ser Cidadão

     
O Movimento de Integração Social Éfeta iniciou as atividades de 2010 do pré-vestibular Ser Cidadão no dia 13 de março com uma aula inaugural. Na ocasião o assunto discutido foi “Rede Colaborativa”. Uma tentativa de estimular alunos, professores e todos os colaboradores do projeto a pensarem e viverem a experiência que resiste e ao mesmo tempo age contra as políticas de interesse comercial.

     De Acordo com o coordenador Geral Ricardo Moura esta rede colaborativa anda na contramão do grande capital. “A rede colaborativa de pré-vestibulares comunitários (entre outras) é inovadora, solidária e potente do ponto de vista da micro-política. Ela é um canal de afetação, desejos e encontros que contribui para uma política da multidão” enfatiza.  

       O projeto Ser Cidadão comemorou onze anos de existência. Um marco na história de pré-vestibulares comunitários. São aproximadamente Sessenta alunos matriculados anualmente. Desse total vinte chegam até o final do ano e entre os vinte 5 são aprovados nos vestibulares de Universidades Públicas. “O projeto tem 25% de aprovação. Um índice de aproveitamento bastante razoável” comemora a coordenadora pedagógica Shirlei das Graças.

     Rodrigo, um dos aprovados na UERJ, revelou que o sonho dele era passar para uma Universidade Pública. “Estudei bastante para ser aprovado e o pessoal daqui (Pré-vestibular Ser Cidadão) me deu maior força. Estou muito feliz!”, comemora. Além dele, outros alunos aprovados em vestibulares anteriores estiveram presentes como o Maycon que cursa o 3º período de história na UFF e que estagia no projeto Adubando Raízes do Instituo Raízes em Movimento.

     Ser Cidadão agradece o apoio da Instituição Raízes em Movimento que além de parceira colocou a disposição do pré-vestibular o equipamento de audiovisual para que a aula inaugural fosse registrada. A parceria está estendida ao grupo Verdejar e ao Comitê de Desenvolvimento Local da Serra da Misericórdia, já que este ano teremos aulas com temas transversais de Cidadania, Meio Ambiente, Educação, Comunicação e Cultura.

     O Pré-vestibular comunitário Ser Cidadão funciona no 3º andar da Associação de Moradores de Nova Brasília de segunda a sexta de 19h às 22h e sábado de 09h às 14h.  
     Movimento de Integração Social Éfeta / Pré-vestibular comunitário Ser Cidadão